Maria Izabel Gonçalves, 61, e o esposo, Batista Gonçalves, 62, optaram
pela gestação indeterminada, conforme denominam o período de adoção. Hoje são
pais de três filhos, avós de duas meninas e aguardam a chegada do quarto filho.
Batista (E), Gislane e Mª Izabel |
As tentativas para que ela fosse
mãe e ele pai não foram poucas, sequer fáceis. Exames para diagnosticar uma
possível causa por ela não engravidar foram feitos, e em montes.
Tratamentos foram feitos, e
muitos, de todas as formas que conseguiram. Mas Izabel não sabia que possuía
endometriose, uma espécie de transtorno ginecológico que dificulta a fecundação
do óvulo. Foi quando o médico sugeriu que ela e o esposo procurassem a adoção.
- O médico nos disse: “Às vezes a gente busca tanto alguma coisa e
passa trabalho, enquanto têm tantas crianças em busca de pais”. – lembrou
Maria Izabel.
Quando optou por adotar um filho, o casal se
perguntou se estava realmente preparado para dar este passo. Maria Izabel avalia
esta “gestação por tempo indeterminado” mais delicada, pois é preciso refletir
com mais cautela.
- Quando vai adotar, tu tens que
estar preparada de coração. Pode-se esperar por um, dois ou dez anos. Mas eles
sempre vêm na hora certa – comentou.
Um ano e meio depois de se candidatarem para
adotar um bebê, Izabel e Batista foram chamados para conhecer a primeira filha.
A menina de dois meses, nascida em 1981, foi batizada de Gislene Gonçalves.
Em casa, tudo foi preparado, ao
longo desta “gestação indeterminada”, com muito amor para receber a bebê.
- Tinha cinquenta e duas pessoas
na nossa frente (para adotar). Mas ela tinha que ser a nossa filha. E a nossa
história foi muito forte – contou a mãe, emocionada.
Sete anos depois da chegada da
primeira filha, era a vez do nascimento de Marcelo na família Gonçalves. Ele
viria para ser o “bendito entre as filhas da casa”. Mais tarde veio a caçula,
em 1998.
A relação daquela família que,
literalmente, teve seus pilares construídos com tanto esforço, viveu uma
história marcada pelo amor incondicional, mas, sobretudo, pela perda
indescritível do único menino da casa. Após sofrer um acidente, em 2007, na
volta de uma festa, Marcelo e outros dois colegas faleceram. Foi nesse momento
de tanta dor e sofrimento que Maria Izabel e Batista tiveram ainda mais certeza
da vontade de acolher outro filho.
- Desde a chegada da nossa caçula,
nós já registramos nossa vontade de sermos pais de mais um menino –
compartilhou Izabel.
Hoje, aos 61 anos, é mãe de três
filhos – embora Marcelo tenha falecido, permanece vivo no coração da família -
e avó de duas meninas. Maria Izabel e Batista se preparam e ajustam a família
para quando o mais novo membro chegar.
Matéria elaborada para a disciplina de Convergência das Mídias, do 6º semestre do Curso de Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo - UNISUL, sob a supervisão da professora Ana Paula Bandeira.
A matéria também foi publicada na edição nº 20 do Jornal Impresso Catarinense.