segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Revista Virtual Vitalis - Radiografia da Saúde Pública.

A turma do 6º semestre do Curso de Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo da Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL produziu a revista virtual "Vitalis", com algumas histórias que tratam de questões relacionadas à saúde e pessoas que sobrevivem através de políticas públicas do setor. A revista faz parte do Projeto Integrador do curso e foi apresentada na noite de convivência, na quarta-feira, 21 de novembro de 2012, promovida na universidade.
A produção dos textos foi coordenada pela professora Darlete Cardoso, na disciplina de Narrativas Jornalísticas. A diagramação foi produzida com o auxílio do professor Samarone Geraldi, na aula de Planejamento Gráfico II. Também foi avaliada pelo professor de Ética na Comunicação, Willian Máximo, autor do Editorial. Para que nossa revista pudesse ser finalizada, também contamos com o apoio do coordenador do curso, Ildo Silva da Silva. Além da contribuição de todos os professores, que de uma maneira ou de outra nos ajudaram.


 


sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Do anonimato ao sucesso


Tenista: garopabense Erick dos Santos, 16, se destaca no Estado



O ingresso na carreira de tenista começou aos 9 anos, em 2005. O incentivo veio do pai que sugeriu apenas uma prática esportiva. Mas com o tempo o destaque de Erick dos Santos, hoje aos 16 anos, foi abrindo as portas para que ele se tornasse um dos cinco melhores jogadores de tênis de Santa Catarina na categoria 16 anos masculino.

Nos três primeiros anos de prática do esporte, Erick se encontrou. Descobriu que era a prática esportiva e especialmente do tênis que faria parte da sua vida.

Em 2008, no entanto, um desânimo o fez parar de jogar tênis. Foi um ano longe das quadras. Mas na metade do ano de 2009 o garoto voltou a treinar e houve a oportunidade de se mudar para Itajaí, onde estudaria pela manhã e treinaria a tarde em um clube. Foi quando surgiram as primeiras oportunidades de torneios. E foi também quando vieram os primeiros prêmios. 

Mas um aperto no peito e a saudade da família que ficou em Garopaba que fez com que o garoto, aos 14 anos, retornasse para casa em março de 2010. Na cidade natal ele começou a treinar na quadra de tênis da família, no bairro Palhocinha.

Hoje Erick é o quinto melhor tenista do estado na categoria 16 anos masculino, de acordo com a atualização do Ranking no dia 29 de outubro. Ele só deixou de ser o quarto porque perdeu no último final de semana no Campeonato Estadual em Brusque.

Para o final deste ano, o tenista ainda deve enfrentar mais dois campeonatos. Erick compartilha que as metas para o próximo ano já estão sendo estudadas e pretende dar um passo maior na carreira.

- A gente ainda está avaliando se eu vou permanecer no Sul Brasileiro ou se vou para a Confederação Sul Americana de Tênis – conta.

O professor de Educação Física e treinador do garopabense, Pedro Oliveira, o acompanha há dois anos e garante que o garoto tem potencial para se destacar ainda mais no esporte.

- Ele teve uma evolução considerável, principalmente no movimento em quadra. Mas ele ainda vai ter que treinar muito, porque ele tem grande potencial para ser um dos melhores – salienta.

Títulos
Ano
Competição
2008 – aos 12 anos
Copa Nandi – Tubarão
Agosto de 2009
Campeonato Estadual de Tênis – Brusque
Setembro de 2009
Campeonato Estadual de Tênis – Joinville
Outubro de 2009
Campeonato Estadual de Tênis – Itajaí
Outubro de 2011
Torneio Biolab – Garopaba
Março de 2012
Campeonato Estadual de Tênis – Criciúma
Agosto de 2012
Campeonato Estadual de Tênis - Florianópolis


Heloiza Abreu.
Matéria publicada na edição nº 28 do Jornal Impresso Catarinense.

Brasileiros contam como foi a passagem de Sandy nos EUA


Destruição: ex-moradores de Garopaba e Imbituba estão em regiões afetadas pela supertempestade



Uma espécie de segunda-feira com cara de domingo. Foi desta forma que a ex-moradora de Garopaba, Laura Cardoni Ruffier, que vive hoje na cidade de Manhattan, em Nova York, descreveu os momentos que antecederam a chegada da supertempestade Sandy na região. O fenômeno iniciou na semana passada no Caribe, matando 67 pessoas e atingiu a costa leste dos Estados Unidos na noite desta segunda-feira, 29.

As aulas foram suspensas e as pessoas permaneceram em casa, segundo Laura. A brasileira contou que a cidade parou e que praticamente nenhum local público e comércio funcionaram, sem levar em conta o funcionamento dos metrôs e sistema de ônibus durante a segunda-feira.

- Foi um daqueles dias dentro de casa, comendo e assistindo TV – narrou.

Numa mesma cidade, o fenômeno se apresentou das mais variadas formas. Laura mora perto do Central Park e só percebeu vento, algumas árvores derrubadas e sequer ficou sem energia elétrica em casa. Mas nas regiões mais baixas da cidade, diz que a situação foi bem pior.

Em Massachusetts, onde está o imbitubense Rondineli Geremias, até o início da tarde de segunda-feira as manifestações da tempestade ainda eram amenas. Mas mesmo assim as pessoas já se preparavam para a chegada de Sandy.

- No domingo já não tinha lanterna na loja próximo da minha casa. As pessoas estão comprando água, lanternas, bateria e comida que não vai para a geladeira – disse Geremias.

A noite foi tranquila tanto para Laura quanto para Geremias. Nos próximos dias os moradores das regiões afetadas irão dar continuidade na rotina para poder enfrentar os prejuízos causados pela tempestade.

A supertempestade Sandy

Iniciado na semana passada no Caribe, o furacão Sandy também atingiu a Jamaica, Cuba e o Haiti. Ao tocar o solo estadunidense, na região de Nova Jersey, rebaixou de furacão categoria 1 para um ciclone extratropical. No entanto, se uniu a outros dois sistemas meteorológicos aumentando a intensidade da tempestade. Os ventos chegaram a 130km/h, se deslocando a 37km/h.

Com a chegada nos Estados Unidos, parte da Ilha de Manhattan ficou inundada e cerca de 8,2 milhões de pessoas ficaram sem energia em 18 estados da costa leste dos Estados Unidos, sendo Nova York e Pensilvânia os estados mais atingidos, segundo o Departamento de Energia.

Na manhã de terça-feira, 30, o Sandy perdeu força e seguiu o trajeto para o leste. De acordo com autoridades meteorológicas, o Sandy é o 10º furacão na região e a 18ª tempestade tropical deste ano.

Os ônibus começaram a circular na manhã desta quarta-feira, 31, em Nova York. E de acordo com o prefeito Michael Bloomberg, o metrô ainda irá demorar alguns dias para voltar a funcionar.

A estimativa é que os prejuízos cheguem a US$ 20 bilhões, sendo que a metade deste valor é garantido por seguros.


Números do Caos
82 é número de mortes na América do Norte, sendo 42 somente no estado de Nova York.
8,2 milhões de pessoas ficaram sem energia elétrica em 18 estados da costa leste dos EUA. Em Nova York foram cerca de 2 milhões de atingidos e na Pensilvânia foram 1,3, segundo o departamento de energia.
67 é o número de mortes ocasionadas pela supertempestade Sandy somente Caribe, Jamaica, Cuba e Haiti



Heloiza Abreu
Matéria publicada na edição nº 28 do Jornal Impresso Catarinense.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Família construída sobre os pilares da adoção


Maria Izabel Gonçalves, 61, e o esposo, Batista Gonçalves, 62, optaram pela gestação indeterminada, conforme denominam o período de adoção. Hoje são pais de três filhos, avós de duas meninas e aguardam a chegada do quarto filho.

Batista (E), Gislane e Mª Izabel


As tentativas para que ela fosse mãe e ele pai não foram poucas, sequer fáceis. Exames para diagnosticar uma possível causa por ela não engravidar foram feitos, e em montes.

Tratamentos foram feitos, e muitos, de todas as formas que conseguiram. Mas Izabel não sabia que possuía endometriose, uma espécie de transtorno ginecológico que dificulta a fecundação do óvulo. Foi quando o médico sugeriu que ela e o esposo procurassem a adoção.

- O médico nos disse: “Às vezes a gente busca tanto alguma coisa e passa trabalho, enquanto têm tantas crianças em busca de pais”. – lembrou Maria Izabel.

Quando optou por adotar um filho, o casal se perguntou se estava realmente preparado para dar este passo. Maria Izabel avalia esta “gestação por tempo indeterminado” mais delicada, pois é preciso refletir com mais cautela.

- Quando vai adotar, tu tens que estar preparada de coração. Pode-se esperar por um, dois ou dez anos. Mas eles sempre vêm na hora certa – comentou.

Um ano e meio depois de se candidatarem para adotar um bebê, Izabel e Batista foram chamados para conhecer a primeira filha. A menina de dois meses, nascida em 1981, foi batizada de Gislene Gonçalves.

Em casa, tudo foi preparado, ao longo desta “gestação indeterminada”, com muito amor para receber a bebê.

- Tinha cinquenta e duas pessoas na nossa frente (para adotar). Mas ela tinha que ser a nossa filha. E a nossa história foi muito forte – contou a mãe, emocionada.

Sete anos depois da chegada da primeira filha, era a vez do nascimento de Marcelo na família Gonçalves. Ele viria para ser o “bendito entre as filhas da casa”. Mais tarde veio a caçula, em 1998.

A relação daquela família que, literalmente, teve seus pilares construídos com tanto esforço, viveu uma história marcada pelo amor incondicional, mas, sobretudo, pela perda indescritível do único menino da casa. Após sofrer um acidente, em 2007, na volta de uma festa, Marcelo e outros dois colegas faleceram. Foi nesse momento de tanta dor e sofrimento que Maria Izabel e Batista tiveram ainda mais certeza da vontade de acolher outro filho.

- Desde a chegada da nossa caçula, nós já registramos nossa vontade de sermos pais de mais um menino – compartilhou Izabel.

Hoje, aos 61 anos, é mãe de três filhos – embora Marcelo tenha falecido, permanece vivo no coração da família - e avó de duas meninas. Maria Izabel e Batista se preparam e ajustam a família para quando o mais novo membro chegar.



Matéria elaborada para a disciplina de Convergência das Mídias, do 6º semestre do Curso de Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo - UNISUL, sob a supervisão da professora Ana Paula Bandeira.
A matéria também foi publicada na edição nº 20 do Jornal Impresso Catarinense.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Gosto pelo que é gostoso


Hábito: Thayse lê e, espelhada nela, a pequena Dani, de um ano e meio, já escolhe quais historinhas quer que a mãe leia para ela


Foto: Ilustração



Especialistas discursam que hoje o mundo gira ao redor da tecnologia e da internet. E que este fator acaba diminuindo o contato das pessoas com “coisas” que antes eram muito próximas da realidade do homem. O hábito da leitura, por exemplo, é um dos mais comentados quando este assunto é tratado. Por isso, profissionais da educação como, Thayse Vasconcelos, buscam alternativas para despertar o desejo de ler já nas séries iniciais.
Desde pequena Thayse tem o costume de ler. Antes de “juntar as letrinhas”, conforme denomina o ato de aprender a ler, os pais dela sentavam na beirada da cama, todas as noites, para narrar a história de cada um dos livros de suas coleções.
- Sempre tivemos livros de todos os tipos em casa. E meus pais liam clássicos infantis na hora de dormir. Quando consegui juntar as letrinhas passei a explorar os livrinhos. Em minha casa eles eram dados de presente – conta.
Com a pedagogia introduzida na sua vida, Thayse procurou ler ainda mais e os mais variados segmentos, desde jornais até os livros mais técnicos. Diante dos atropelos do dia a dia, o Diário Catarinense é a preferência dela todas as manhãs. Mesmo assim procura ler os clássicos da literatura brasileira, além dos romances, que tanto adora.
Garante que, desta forma, além de informada, terá boa desenvoltura na escrita e leitura, além de aprender com as experiências contextualizadas em cada história.
- Por isso sempre tive facilidade para escrever. Me saia bem, inclusive, nas redações de vestibular. A leitura facilita nossa expressão através das palavras – salienta Thayse.
Mesmo tendo deixado as salas de aula para coordenar uma rádio, Thayse procura introduzir as técnicas da pedagogia no ambiente de trabalho, facilitando o contato com os colegas, e, principalmente, com a filha, Daniela, de um ano e meio.
Este hábito da mãe já é adquirido pela filha. Condição esta que, para ela, é realmente passada de pai para filho. Na cesta de brinquedos da pequena Dani, por exemplo, há incontáveis volumes de histórias. Independente, ela mesma escolhe um livro, de acordo com as suas preferências.
- Ela pega e traz para eu ler para ela. Ela mesma já tenta contar a história.  Hoje, com I-phones, I-pads, computadores, nosso acesso à informação é ainda mais amplo. Mas nada se compara ao cheiro de um bom livro – finaliza.


Matéria feita para a disciplina de Narrativas Jornalísticas, do 6º semestre do curso de Jornalismo.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Barco Escondido na Praia

História: embarcação foi encontrada, após ressaca, nesta semana enterrada na areia da praia do Centro



Foto: Alan Pedro


Pescador das antigas, daqueles com memória de elefante. Nascido no “primeiro sete de 1918”, ou seja, 7 de janeiro, Teodoro Soares de Souza lembrou nesta semana, aos 94 anos, de um episódio que viveu na juventude. Na última segunda-feira, 27, um dos filhos o abordou e contou da aparição de uma embarcação enterrada na areia da praia do Centro de Garopaba. Ela estaria situada em diagonal, próximo à beira. A lembrança surgiu, pois há cerca de 70 anos outra ressaca teria feito aparecer parte deste mesmo barco, com cerca de 20 metros de comprimento. E ele, que se denomina curioso, questionou os conhecidos mais velhos sobre o assunto.
As recordações, segundo Sr. Teodoro, são semelhantes ao que aconteceu nesta semana. Lembra-se que pedaços do barco teriam se soltado, como as cavernas – uma espécie de costela do barco – e os pescadores teriam retirado do local. Porém, a aparição teria sido menor e por menos tempo.
- Eles também levavam pedaços de cobre que era tipo um revestimento do barco – lembrou.
A notícia de que a ressaca teria cavado os arredores do barco e levantado dúvidas sobre o encalhe na praia intrigou pescadores, moradores e, principalmente, Sr. Teodoro. Orgulhoso por lembrar detalhes da primeira vez que o viu, arrisca a dizer que deve estar enterrado no local há muitos anos.
- Eu perguntei para o Sr. Procópio, um pescador da época, e ele me disse que o barco veio com uma tempestade. Mas não disse quando veio. Acho que deve fazer muito mais que 150 anos – contou.
A estimativa de Sr. Teodoro se aproxima da que o historiador Fernando Bittencourt aponta. Estudioso sobre Garopaba supõe, ao observar os detalhes das madeiras retiradas da água, que se trate de um dos Bergantins, os barcos que eram utilizados para fazer o transporte de óleo de baleia no período das armações baleeiras, neste caso entre a Ilha de Desterro, Garopaba, Imbituba e Laguna.
Explica que este Bergantin deveria estar em más condições e, com a falência da armação, entre 1830 e 1845, tivesse sido deixado junto ao cemitério de ossos de baleia que havia na própria praia. Este fator, ainda de acordo com o historiador, justificaria o fato de os destroços estarem rodeados dos vestígios do mamífero então caçado na região.
- Pela estrutura e estado da madeira, que deveria ser muito boa, o barco é bem antigo. De acordo com o que pude observar, se for de fato do período da Armação Baleeira, deve ter uns 200 anos – pontuou.

É hora de cavar a história...       
Com os moradores de Garopaba mobilizados após a aparição do barco enterrado na areia, a Secretaria de Turismo pretende facilitar o estudo do caso. Universidades deverão ser contatadas para levantar informações sobre a história da embarcação.



Heloiza Abreu
Matéria publicada na edição nº 19 do Jornal Impresso Catarinense.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Tecendo os caminhos para a inclusão social

Dedicação: alunos e professores da APAE aprendem sempre juntos




Bem interessante: é assim que o estudante Roberto de Bem Zulian, 50 anos, da Escola Especial Renascer, a APAE de Garopaba, descreve a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, que acontece de 21 a 28 de agosto. O evento é realizado pela Federação Nacional das APAES e viabiliza a inclusão social nos mais variados meios.
Em 2012, estima-se que pelo menos 11 estados brasileiros tenham programação especial ao longo destes sete dias. Entre as principais atividades da semana, que tem a temática “Em busca de igualdade. Estamos aqui!”, os alunos visitaram veículos de comunicação do município, estiveram em outras escolas, participaram de atividades esportivas e tiveram um dia da beleza.
Para Roberto, participar do evento é divertido, pois eles vivenciam experiências que saem do cotidiano no ambiente escolar. E ele adorou saber que iriam visitar as outras escolas.
- Nós queremos visitar as outras escolas. Eu gosto muito – diz, com um leve sorriso estampado no rosto.
Mas o que ele gosta mesmo é de fazer trabalhos manuais, reciclar papel e ajudar na horta da própria escola. Com os olhos concentrados nos pequenos rolinhos feitos de jornais, Roberto e outros colegas produzem porta guardanapos.
- É legal fazer trabalhos manuais, com papel reciclado e jornais. Nós fazemos porta guardanapos e depois damos de presente. A gente também faz tapetes, com retalhos. Fica tipo um mosaico – explicou.
Há cinco anos na instituição de ensino, a Pedagoga com especialização em Educação Especial, Simone da Cunha, 31, é uma das profissionais que auxiliam Roberto e os demais colegas nas aulas. E garante que o contato diário com eles supera a função de ensinar, pois é um aprendizado constante.
- Eu me sinto muito bem aqui. É muito gratificante estar no meio deles – comentou a professora.
Na Escola Especial Renascer são produzidos, além de porta guardanapos e os tapetes “tipo mosaico”, conforme denominou Roberto, papéis reciclado e muita alegria. E tudo isso é doado para quem os visita.


Programação recheada
Desde terça-feira, 21, tiveram uma programação variada, com atividades promovidas com o apoio de voluntários. Os três primeiros dias tiveram as temáticas “Dia do bem estar”, “Dia da gastronomia” e “Dia do esporte”. E até o dia 28 haverá mais momentos de recreação.


Sexta-feira, 24/agosto
Dia da Comunicação, com visitas aos veículos de comunicação do município e palestras.
Sábado, 25/agosto
Solenidade de entrega de um veículo novo doado pela Central do Dízimo - Pró Vida
Segunda-feira, 27/agosto
Dia da Convivência, com circuito de atividades e recepção de alunos de escolas do município.
Terça-feira, 28/agosto
Dia da Recreação, piquenique com os alunos na Praia Vermelha.




Heloiza Abreu
Matéria publicada na edição nº 18 do Jornal Impresso Catarinense.

Velha e doce história

Relíquia: último engenho de açúcar de Garopaba repassa a antiga cultura para as atuais gerações


Já se passaram mais de 150 anos que Francelino Batista iniciou as atividades num pequeno espaço construído de madeira antiga, daquelas bem resistentes, no alto do morro do Macacu. Era lá que funcionaria o engenho de açúcar considerado em 2012 o único seguidor da respectiva cultura em Garopaba.
Depois que faleceu, foi Manoel Francelino Batista, filho dele, quem deu continuidade ao trabalho. E hoje, é o neto de Francelino, Antônio Manoel Batista, aos 59 anos, o principal transmissor desta história para as gerações recentes, e que trata de ensiná-la aos seus filhos e netos.
Depois da temporada das fornadas de farinha de mandioca começa a produção de açúcar e derivados, em agosto. E é ai que Antônio e os filhos começam o trabalho de produção de caldo de cana, melado, açúcar e muitas outras delícias a partir da cana-de-açúcar.
Bem tapados os olhos dos dois fortes bois, escolhidos com precisão, é hora de Sr. Antônio dar o sinal para o gado girar ao redor da moenda e espremer a cana. O caldo passa por um filtro natural, feito de “barba de velho” e depois é levado para um enorme forno de cobre para ser fervido de fazer o melado. E a partir daí outras delícias são produzidas: o puxa-puxa e açúcar mascavo, por exemplo.
Toda a produção é realizada ao longo de um dia. Por isso a família escolhe os finais de semana, a começar nas sextas-feiras, para dar início ao trabalho, que para eles é uma verdadeira diversão.
- A minha tradição é a roça, desde o tempo do meu pai. É um prazer que tenho continuar vivendo e trabalhando aqui – ressalta o produtor.
Para preparar o açúcar mascavo demanda mais tempo, segundo Sr. Antônio. É preciso reservar o melado em balaios, durante cerca de dois meses, para que fique seco. Somente depois passará por outros procedimentos e será deixado pronto para consumo.
Não é o cansaço dos braços de Sr. Antônio, que cortou muita cana ou, até mesmo, sovou mandioca nas grandes fornadas de farinha nos mais de cinquenta anos de trabalho no engenho que o preocupam de verdade. É saber que quando ele largar a atividade, poucos se interessarão.
- Os meus filhos sabem fazer isso, mas o jeito de viver lá fora é mais fácil. A hora que eu largar isso pode acabar – lamenta.


Heloiza Abreu
Matéria publicada na edição nº 17 do Jornal Impresso Catarinense.